Candidaturas avulsas só serão realidade quando houver partido que as defendam

Por Wilson Oliveira

A respeito da entrevista publicada em O Congressista com o analista político Rodolfo Quintella, algumas pessoas comentaram que não é preciso ter um partido para ser líder político. É Verdade. Concordo. Em condições normais, para um sujeito ser líder na política ou em qualquer outra atividade basta ter o tão necessário espírito de liderança.

No entanto, o que entendi na entrevista do Quintella é que ele leva em consideração o contexto político que temos atualmente no Brasil para fazer a afirmação que está no título da entrevista. Daí ele segue uma linha de raciocínio que indica que um líder da direita no Brasil só sobrevive na política se estiver dentro de um partido propriamente de direita, o que ainda não existe no país.

Ou seja, não tem como um sujeito liderar a direita estando em um partido do centrão, o que infelizmente acontece com o presidente Jair Bolsonaro. 

No caso de estar em um partido do centrão ou de qualquer outra linha que não seja propriamente direitista, das duas uma, ou o sujeito vai ter que seguir as diretrizes da linha do seu partido e abandonar as diretrizes da direita, ou vai ter que agir à revelia do partido que está filiado, o que transforma esse sujeito em um político sem estrutura partidária, consequentemente sem condições de criar uma base, seja dentro das esferas de poder, seja fora delas. 

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E no Brasil, muita gente acredita, principalmente dentro da direita, que devemos deixar "esse negócio de partido" de lado, que no Brasil "já tem partido demais" e que devemos abraçar a bandeira das candidaturas independentes. Eu também acho essa bandeira maravilhosa e urgente. 

Mas até pra defender as candidaturas avulsas precisamos ter um partido que faça essa defesa, pois isso só vai se tornar realidade no nosso país através de uma reforma política aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado. Ou seja, é preciso ter uma base parlamentar grande, muito grande, para isso.

E, atualmente, nenhum partido dos 40 e tantos que temos está preocupado em eleger deputado ou senador que defenda candidatura avulsa. Lembrando que para alguém ser candidato ao Senado é preciso ter aprovação do respectivo diretório estadual e do diretório nacional do partido a que pertence. E para ser eleito deputado federal, é preciso conquistar um número imenso de votos ou estar bem classificado na nominata do partido, que é elaborada pelo diretório estadual do mesmo. 

E é bom que se diga: enquetes na internet também não vão fazer a mínima cócega no Congresso, ainda mais para mudanças no sistema político. Conclusão: para ser líder de direita e aplicar, DE FATO, uma política de direita no Brasil, o guerreiro precisa estar filiado a um partido realmente de direita. 

Por isso é tão importante que o Aliança pelo Brasil e demais legendas de direita que estão em processo de criação recebam todo o apoio dos cidadãos brasileiros de direita. Lembrando que para assinar a ficha de criação de um partido, a pessoa não pode estar filiada a outro partido.


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