Atitude de Roberto Jefferson é revolucionária, não conservadora

O segundo turno das eleições presidenciais deste ano está deixando muita gente com os nervos à flor da pele. O clima de polarização parece ter invadido todos os terrenos existentes, inclusive o das instituições.

Vemos com extrema preocupação as decisões do TSE, arbitrárias, exageradas, autoritárias, distribuindo censuras à torto e à direito. No afã de defender a democracia, pelo menos teoricamente, estão justamente afetando-a.

Entretanto, quem é conservador jamais vai imaginar que essa situação será resolvida através de atitudes revolucionárias, sejam elas físicas ou verbais. Xingar, ameaçar ou mesmo atacar com certeza está fora do nosso escopo de ação.

A forma como Roberto Jefferson se dirigiu à ministra Carmen Lúcia, bem como a reação à tiros a uma diligência da Polícia Federal não encontra amparo na história do Conservadorismo, muito menos nos representa.

Embora pareça um pedido impossível, este é um momento mais do que nunca onde é preciso ser adulto, maduro, equilibrado, racional, sério. Não dá pra tentar resolver esse tipo de coisa buscando engajamento em rede social com lacração.

Infelizmente, o debate político no Brasil ficou bastante infantilizado a medida que o Twitter foi se tornando um dos seus principais terrenos. E nesse caso, não há mocinho ou vilão entre direita e esquerda. 

As duas representações políticas tem suas alas que agem de maneira irresponsável e infantil. A disputa presidencial deste ano tem sido um festival de comportamentos revolucionários. Parece que vemos Robespierre versus Robespierre.

Está difícil encontrar quem realmente se mostre forte o bastante para não ser atingido por essas criancices. Mas o nosso dever, como conservadores, é insistir, sendo chato o bastante, apontando esse castelo de bizarrices.