Vandalismo em Brasília é atitude típica da esquerda revolucionária


Uma enorme confusão ocorreu em Brasília, nesta segunda-feira (12), com atos de vandalismo. De acordo com os principais veículos de comunicação do país, o estopim foi a prisão pela Polícia Federal de Serere Xavante, indígena apoiador de Jair Bolsonaro.

Manifestantes utilizando os mesmos trajes verde e amarelo visto em atos em frente aos quartéis protestavam contra a diplomação do presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva (PT) e do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), no momento da prisão do indígena.

De acordo com relatos divulgados pela imprensa, colhido junto às testemunhas, esses manifestantes se revoltaram com a prisão de Serere Xavante e começaram a incendiar veículos, inclusive ônibus, em vias na região central de Brasília.

Outro fato ocorrido em ações decorrentes dessas pessoas vestidas de verde e amarelo foi uma tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal, para onde foi levado o indígena que cumpre uma prisão temporária de 10 dias, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nós, de Visão Conservadora, acreditamos que em um verdadeiro ambiente democrático as pessoas têm o direito de manifestarem que não confiam em algum poder constituído, que são contra a eleição de um presidente ou de qualquer outro eleito e de gritaram aos quatro cantos qual modelo acreditam ser o melhor para o país.

Não vemos nenhum problema no que a mídia brasileira chama de "atos antidemocráticos". Enxergamos apenas uma parcela do povo brasileiro exercendo o seu direito democrático de demonstrar indignação, desconfiança e rejeição a um espectro político e ao que é dito pelos componentes desse espectro.

A coisa muda totalmente de figura quando atitudes de extrema-esquerda, típicas da Revolução Francesa, são adotadas. Como conservadores, sempre seremos contra o extremismo, principalmente o que faz uso da violência. 

Considerado pai do conservadorismo político moderno e um mestre para nós de Visão Conservadora, Edmund Burke (1729-1797) foi certeiro no ensaio "Reflections On the Revolution In France" (Reflexões sobre a Revolução na França), publicado em 1790, onde relatou as diferenças que detectou na Revolução Francesa em comparação com as revoluções ocorridas na Inglaterra e nos Estados Unidos. 

Enquanto os eventos nesses dois países de língua inglesa visavam o retorno à ordem e ao equilíbrio político, os atos na França despertavam um futuro de caos e violência de proporções incontroláveis (o que, de fato, aconteceu). Burke foi certeiro porque sua previsão foi confirmada. No que ficou conhecido como "Fase do Terror", a guilhotina foi usada indiscriminadamente pelos revolucionários franceses.

O mais espantoso é que o uso ilimitado da guilhotina se voltou contra os próprios revolucionários, muitos dos quais mortos exatamente por aquela maneira impiedosa que defendiam para reis, nobres e burgueses. Para Burke, a guilhotina representou a destruição da capacidade humana de julgar o que é razoável e aceitável.

Voltando aos tempos atuais do Brasil em que uma parte dos apoiadores de um presidente de direita usam ou apoiam maneiras de agir dos esquerdistas inspirados nos revolucionários franceses, temos um ministro do STF agindo como se fosse um "ditador militar"contra aqueles que pedem a instalação de um intervenção militar.

Embora vemos o direito democrático daqueles que pedem a tal intervenção que seria executada pelas altas cúpulas das Forças Armadas, discordamos completamente do seu conteúdo. Não consentimos que as soluções para os problemas do país virão das mãos dos militares, até pelo fato deles terem colaborado, ao longo dos últimos 40 anos, para esses problemas.

Acreditamos, desde o início das manifestações contra a corrupção nos idos de 2013, que essa parcela da população, que está há décadas indignada com o descaso praticado pelas autoridades de todos os poderes, precisa se organizar politicamente para que essas próprias pessoas possam assumir os postos hoje ocupados por esses que nós, de Visão Conservadora, chamamos de 'falsos democratas'.

Acontece que essa opção requer um certo conhecimento sobre o funcionamento político, uma certa aptidão, cultura, equilíbrio. Virtudes que Edmund Burke exaltava naqueles que sempre prezavam pela ordem, pela paz e pela civilidade. Acompanhando o que sempre foi a história política brasileira e no que se transformou a sociedade do Brasil principalmente ao adentrar na "era das redes sociais", desconfiamos termos entrado em um hospício que não apresenta a porta de saída.

A impressão que dá é a de que vivemos em uma imensa "treta de Twitter", onde os opostos disputam desesperadamente a atenção por estarem em busca de curtidas e engajamento. Dessa maneira, realmente fica complicado sonhar com o surgimento de um guerreiro consciente das armas corretas que precisam ser usada. Ainda que existam esses bravos conservadores burkeanos, certamente eles não conseguem atrair a atenção dos desequilibrados mentais.

1 Comentários

  1. Competente, profunda e contundente análise histórico-social das atuais tendências políticas no Brasil e das sutis ironias que orientam o comportamento dos nossos representantes e manifestantes. As redes sociais, mesmo funcionando como um amplo e livre espaço para o exercício da cidadania e do direito universal de se manifestar publicamente no país (o que é essencial para a democracia), infelizmente também constituem-se como um veículo de disseminação de insidiosas fake news, de demonstração da irracionalidade e desequilíbrio e de instauração do caos absoluto, como foi dito no final da análise. Excelente artigo! 👏👏👏

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